IDADE PATERNA, FERTILIDADE E RISCOS
Estudos publicados em 2015 (Fertility and Sterility, 2015), analisando casais no Reino Unido, demonstrou que a idade paterna está declinando para os casais abaixo dos 35 anos e aumentando entre 35-54 anos. Enquanto as mulheres têm a consciência dos limites da idade para a concepção, a enorme maioria dos homens sente-se imune a este risco e desconhecem o impacto da idade sobre a fertilidade.
Falando sobre fertilidade, é possível observar um declínio dos níveis de hormônio masculino com a idade, em geral, após os 40 anos (J Clin End and Metabol, 2001). Após os 45 anos, observamos uma queda em diversos parâmetros seminais, como volume e concentração de espermatozoides no sêmen (J Androl, 2013). Além disso, há um aumento na taxa de abortamento e diminuição dos nascidos vivos associados ao aumento da idade paterna (Fertility and Sterility, 2008). Os estudos demonstram que aumenta o risco de produção de um esperma alterado – maior risco de fragmentação do DNA e de mutações.
Um estudo publicado na Nature Genetics, em 2015, analisando novas mutações em 250 famílias, apontou que estas são mais numerosas em filhos de pais mais velhos. Além disso, uma série de estudos com descendentes de homens com idade superior a 40-50 anos demonstrou um risco relativo de até 9,5 vezes para uma série de doenças – acondroplasia, síndrome de Apert, síndrome de Pfeiffer, síndrome de Crouzon, neurofibromatose I, síndrome de Down, síndrome de Klinefelter, entre outras. Além disso, em 2014, um estudo populacional no Norte Europeu demonstrou que a mortalidade infantil é também maior (Human Reproduction, 2014).